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TEATRO

qualquer coisa pode acontecer ali!


Não sei precisar o momento em que eu percebi que gostava de teatro. Tenho memórias de de fazer peça de fim de ano na escola, de criar encenações para resolver os trabalhos de biologia e história, de reproduzir cenas das novelas na sala de casa. Lembro do primeiro curso de teatro, da primeira apresentação em um palco e da sensação de certeza. Tenho a impressão de que nunca fui surpreendida pelo tablado, pelas coxias, pelas luzes… Sempre me foi meio familiar, ainda que deslumbrante. 

Dia desses, na coxia, depois do terceiro sinal, me bateu uma ansiedade e um receio de “esquecer tudo”! É comum… assim como um sonho recorrente de que a hora da função se aproxima e eu tenho que apresentar uma peça que nunca ensaiei, que mal sei as falas e não tenho ideia do figurino que devo usar. É angustiante, mas sempre dá certo. É nessa hora que a ateia aqui crê nos deuses e nas deusas do Teatro, que protegem o ritual e abençoam o encontro com o público. É meio mágico, mesmo. 

Teatro é uma das coisas que mais me encantam no mundo. Quando vou assistir a um espetáculo, sento na plateia e observo o espaço cênico montado: Ali já fico pensando nas escolhas, nas pessoas que preparam a experiência que estou prestes a ter e, quando a peça é boa, tenho aquela sensação incrível de que “qualquer coisa pode acontecer ali”! Maravilhoso, né? Excitante não ter certeza daquilo que está por vir, mas saber que TUDO PODE SER! Por ali podem passar mulheres, crianças, animais, épocas, talheres, alegorias, sentimentos, personagens históricas, montanhas e sonhos! 

Essa breve declaração de amor ao teatro, se deve ao fato de que ontem (10/07/2025) estivemos presentes na cerimônia de reabertura oficial do Centro de Convivência Cultural da cidade de Campinas. A convite da Secretaria Municipal de Cultura, eu, minha companheira de Caju Cultura Juliana Saravali e muitos outros artistas e agentes culturais da cidade presenciamos as solenidades que celebraram o fim da reforma e a reinauguração da Sala de Espetáculo Luís Otávio Burnier e do Teatro de Arena Teresa Aguiar. O espaço ficou fechado durante 14 anos e a reforma contou com investimentos que somam mais de 60 milhões de reais.

Eu discordo do discurso escolhido por muitas das figuras públicas ali presentes, de que é muito dinheiro. A cultura da cidade merece e precisa desse e de muitos outros investimentos deste porte. Para além de tudo isso que descrevi ali em cima, a cultura dá retornos sociais e financeiros.

Outra alegria grande que o evento me proporcionou foi a de encontrar os funcionários da Secretaria de Cultura alegres e otimistas de que, com o Centro Cultural reaberto, eles conseguirão trabalhar muito melhor e seguir atendendo às demandas do setor e da sociedade como um todo. Entre as melhorias, eu destacaria os equipamentos (de luz e som) e as estruturas para acessibilidade (elevadores, rampas de acesso, piso tátil, cabines para audiodescrição), dentre os aspectos que deixam a desejar, com certeza o cercamento do Centro de Convivência por gradis é o maior deles. 

De qualquer maneira torcemos muito para que o espaço seja ocupado com cultura e convivência diversa, pulsante e artística! Ao depender de nós, será! 

Campinas, 11 de julho de 2025

Cristiane Taguchi

Teatro de Arena Teresa Aguiar
Teatro de Arena Teresa Aguiar

 
 
 

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